A evolução que aprendemos na escola é a evolução da forma física. Aprendemos, por exemplo, que as criaturas monocelulares dos oceanos são os predecessores de todas as formas de vida mais complexas. Um peixe é mais complexo e, portanto, mais evoluído que uma esponja; um cavalo é mais complexo e, portanto, mais evoluído que uma cobra; um macaco é mais complexo e, portanto, mais evoluído que um cavalo, e assim por diante, até aos seres humanos que são os mais complexos e, portanto, as formas de Vida mais evoluídas do planeta. Ensinaram-nos, por outras palavras, que a evolução significa o desenvolvimento progressivo da complexidade organizacional.
Esta definição é uma expressão da ideia de que o organismo que melhor controla o seu ambiente e todos os outros organismos que nele vivem é o mais evoluído. “A sobrevivência dos mais aptos” significa que o organismo mais evoluído num determinado ambiente é o organismo que se encontra no topo da cadeia alimentar nesse mesmo ambiente. De acordo com esta definição, portanto, o organismo mais capaz de assegurar a sua própria sobrevivência, mais capaz de servir a sua auto-preservação, é o mais evoluído.
Há muito que sabemos que esta definição de evolução é inadequada, mas não sabíamos porquê. Quando dois humanos se relacionam são, em termos de complexidade organizacional, igualmente evoluídos. Se ambos tiverem a mesma inteligência mas um for mesquinho, mau e egoísta e o outro magnânimo e altruísta, dizemos que o que é magnânimo e altruísta é o mais evoluído. Se um humano sacrifica intencionalmente a sua vida para salvar a de outro, por exemplo, usando o seu próprio corpo para o proteger de uma bala despercebida ou de um carro a alta velocidade, dizemos que o humano que sacrificou a vida era dos mais evoluídos entre nós. Sabemos que estas coisas são verdadeiras, mas estão em desacordo com o nosso entendimento da evolução. |